Lu Ar

Sentimentos e poesias

Textos


A Casa da Vovó

Parede, tijolo de barro
de terra batida era o chão,
tinha telhado de zinco
e um enorme galpão.
Chão de terra batida,
tu já vistes uma assim?
Portas e janelas azuis,
na frente um lindo jardim!
Aquele telhado de zinco
causava uma sensação,
chuva embora fraquinha
fazia um barulhão
como se tivesse lá fora
tocando um batalhão
e logo batia a bobeira
um sono... naquele colchão!
E se fosse temporal?
Assustava de montão!
Vovó fazia uma cruz
de erva na ponta o sal.
Rezava para Jesus
acalmar o temporal.
E quando o sol se deitava
era a vez do lampião,
à noite, muita penumbra,
ninguém se queixava não,
a sombra na parede
era nossa diversão!
No quarto, cama de mola,
colchão de palha macia
no zinco pequenos furos
raios de ouro surgia
por onde o sol se infiltrava
pra se esconder do dia.
Ali, bem ali naquela cama,
que ao deitar um barulhinho
a palha macia fazia,
pois foi ali que um dia
belo domingo de maio,
uma mulher muito jovem
gemia quase em desmaio.
Seu bebê chegara a  hora
chamaram a velha parteira
que viera sem demora,
água quente , muitos panos,
Nossa Senhora do bom parto!
Cusco do lado de fora
corre aflito até o quarto
as duas patas na porta
ouve um choro de criança
qual um gatinho, um miado
gemidos, rumores, o parto!
Nos braços da velha parteira
chorava um bebê inocente
enquanto a parteira sorria
e dizia toda contente:
Nasceu! É uma guria!
Pois foi ali, bem ali
entre raios de sol que surgia,
simples assim... eu nasci!



Lu Ar
Enviado por Lu Ar em 04/12/2011
Alterado em 04/12/2011


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