Lu Ar

Sentimentos e poesias

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A CASA ENCANTADA
       Era uma casa absolutamente encantada! Não tenha dúvidas. Nela moravam duas mulheres, uma cachorrinha e dois gatos. A cachorrinha era um anjo disfarçado, claro. Ela ficava ali sempre pronta para avisar qualquer acontecimento estranho na casa. Por exemplo, quando algo não estava bem, ela corria e avisava com latidos tão insistentes que era impossível não atendê-la! O casal de gatos eram anjos que só observavam silenciosamente. Claro que eu não sei como eles se comunicavam com os outros anjos no caso de precisão. Isto era um segredo indecifrável.
        E as duas mulheres? Aí que se percebia o encanto. Uma era Jovem e Linda. Não falava. Quase nunca falava. Digamos que podia dizer uma palavra em um ano inteirinho. Ou não! Seus olhos eram grandes e brilhantes e podiam dizer tudo para aquele que lhe prestasse atenção. E podiam sorrir. Havia um porém, a Jovem Linda apenas sorria para pessoas que ela considerava muito, mas muito especiais. E o sorriso dela era como um presente que de tão valioso era muito raro e de tão raro e precioso emocionava aquele que o recebia.
A Jovem Linda adorava ouvir música. E acender luzes. Por isso quando acordava as luzes se acendiam e músicas invadiam a casa. Somente quando dormia a casa silenciava e as luzes se apagavam. Se por acaso ela não dormisse durante dois dias, a música soava ininterrupta durante estes dois dias assim como as luzes!  
A outra era Madura e Linda.  História encantada todas são lindas, menos as bruxas. Diferente da Jovem Linda, ela falava muito e falava sozinha. E tinha muitos defeitos. Dois principais é que ela costumava mentir e fingir. Quando estava triste, fingia que estava feliz e sorria, quando sentia dor, fingia que a dor era agradável, quando sentia vontade de chorar, fingia que era de alegria. Mentia que era alegre, mentia que era feliz, mentia que  tudo estava bem, mesmo que não estivesse e de tanto mentir e de tanto fingir o encanto tornava tudo verdadeiro. Ora, a casa não era encantada?
Às vezes,  surgiam anjos na forma humana. Eles ficavam apenas o tempo suficiente para cumprirem sua missão, que era dar Amor e Esperança, depois desapareciam. Sumiam para nunca mais voltar. É que vinham outros com outras missões e iam sumindo. As duas mulheres não estranhavam nadinha. Achavam tudo muito normal. Ah! Esqueci de contar. Quando a Jovem Linda precisava se comunicar com palavras ela esperava  a Madura Linda dormir, entrava no sonho dela e falava. Não é um encanto?
Pois é assim a CASA ENCANTADA!








Lu Ar
Enviado por Lu Ar em 03/02/2019
Alterado em 05/02/2019


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